9 de outubro de 2008

O Pai Natal em Outubro

Hoje que decidi vestir saias com meias - transparentes que é coisa muito muito rara –, arrependi-me ainda não eram 10 da manhã. Passo a explicar, sou avessa a collants, sempre fui, nunca gostei daquela coisa de termos um elástico a apertar a barriga. A invenção das meias até meio da perna – aquelas que supostamente aderem à pele – pareceu-me a descoberta do século. Podia usar saias no Inverno, sem passar o dia a praguejar contra o dito elástico. Bom, voltando ao dia de hoje, saí de casa com as tais meias aderentes e a sensação que essa mesma "cola" não estava a funcionar (e já não era a primeira vez, mas estas eram novinhas!!!). Parecia-me que, a cada passo, as meias desciam um bocadinho… e confirmava-se. Entrei no escritório e, quando cheguei a meio do corredor, perna esquerda tinha a meia pelo joelhito… coisa bonita de se ver. Lá voltei recambiada para o meu gabinete, meia a correr e a tentar disfarçar aquela bonita coisa. Tendo em conta que tenho um almoço de trabalho seguido de uma reunião com 16 pessoas… teria mesmo que resolver a situação com alguma urgência. Resolvi então pegar no carro e ir à procura de meias em Alcântara, bairro que desconheço, apesar de cá andar há uns meses. Andei, andei e depois de sapatarias, talhos, lojas de chineses e papelarias lá avistei uma farmácia cheia de senhoras. Tinham que me ajudar. Carro em 4 piscas, entrada a correr (já sem as duas meias):
- tem meias?
- “só de descanso”
- uhm… e são fininhas?
-“não, são de descanso”
- e as Sras não sabem onde posso encontrar meias aqui perto ?
- “só se for o Pai Natal”
- como??
- “ali no Largo do Calvário, uma boutique, têm de certeza”.
Lá fui eu a acreditar piamente no Pai Natal. Carro em 4 piscas novamente (desta vez a metros da esquadra de polícia)
- bom dia tem meias?
-temos… mas o seu tamanho não sei
Bom, o Pai Natal afinal existe e lá me resolveu o problema. Ah e antes ainda entrei numa loja de chineses e fui recebida por um Sr. que, não só não sabia o que eram meias ou collants, como me balbuciou “não falal poltugues”.
Viva o Pai Natal.

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