23 de outubro de 2006

Filmes

Nestes dias de muita chuva torno-me uma assídua presença num dos vídeo-clubes da cidade. Vi o Trans-América, com a Felicity Huffman, aquela que tinha 4 filhos nas Donas de Casa Desesperadas, e vale pela interpretação dela, que consegue fazer de conta que é um homem que se torna uma mulher feia, e faz uma voz grossa durante o filme todo. Deve ter sido uma prova e tanto, falar assim durante toda a rodagem do filme. Mas não me encheu as medidas. Vi também O Libertino, com o Johnny Depp, e é um belo cócó. Vi o Caçador de Tesouros, com o Nicholas Cage a fazer de uma espécie de Indiana Jones sem conseguir sequer chegar aos calacanhares do maior arqueólogo aventureiro de todos os tempos. Cócó, também. Vi o Memórias de uma Gueixa, cócó mole. Vi mais alguns que quero esquecer para sempre. Fui ao cinema (40km para lá, 40Km para cá) ver O Guardião, com o Kevin Costner e até gostei, dando o devido desconto ao Ashton Kutcher, que é uma figura boa para filmes de comédia romântica mas falha noutro género. A história é sobre os nadadores-salvadores da Coast Guard que fazem salvamentos arriscados em naufrágios, e que nós habitualmente vemos num dos canais da cabo que é o Zone Reality ou Reality Zone, já não sei. O filme tem algumas cenas de salvamento que são muito reais mas depois tem uma parte central assim a atirar para o Top Gun, com os gajos da academia da Coast Guard a arranjar confusão num bar, a conhecerem miúdas que lhes respondem à letra, coisas que já vimos nos filmes de soldados umas 500 vezes.
O melhor filme da semana foi O Leopardo, uma história sobre uma família aristocrática da Sícilia na Revolução Italiana, que fomos ver no Teatro Municipal. A fotografia é linda, as cenas parecem quadros, os pormenores do guarda-roupa e da decoração dos palácios fazem os adereços dos filmes históricos de Hollywood parecerem feitos de cartolina, porque são reais, são mesmo antiguidades. E depois tem umas falas muito famosas como: “para que tudo fique na mesma é preciso que tudo mude”, ou , “nós eramos os leões, os leopardos, os que vierem a seguir serão as hienas e os chacais”. Já tinha visto uma vez na televisão, mas não há nada como uma grande tela para render homenagem a uma obra de arte.

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