chama-se G. é bonita. tem a pele e cabelos claros. um estilo clássico burguês, refinada mas discreta. nasceu no uruguai, mas ainda muito jovem, chegou de malas e bagagens, com os pais à Catalunha, para ficar.
cresceu, estudou, casou, viveu nos EUA dois anos e, recentemente regressou à "base".
ontem surpreendeu-me. disse-me que iniciou um processo de adopcao. seria, talvez, das poucas pessoas na turma que nao imaginaria que me dissesse algo assim.
e depois disse-me que vai ser uma adopcao internacional. que vai adoptar uma crianca africana. do Congo.
a adopcao sempre me apaixonou. na universidade, lembro-me que escolhi para trabalho final de curso o tema da adopcao. e comecei a ler e a investigar algumas coisas e deparei-me com as questoes da confidencialidade. as informacoes que conseguia obter eram muito limitadas. o meu orientador demoveu-me de continuar e sugeriu-me que procurasse outro tema. assim fiz.
mas este deslumbramento pela adopcao continua em mim. ainda há algumas semanas estive a pesquisar na net, sobre adopcao internaional..e nem de propósito..a G, conta-me um bocadinho da sua história..
e, pensando bem, o que mais me impressionou, talvez nao tenha sido o facto de ela ir adoptar. ou o facto de ser um menino do Congo. ou de estar disposta a amar uma crianca desconhecida e de enfrentar o mundo, por vezes tao injusto e discriminatório.
o que mais me impressionou foi o que ela disse depois. disse que adoptar sempre tinha sido um desejo dos dois. e que neste momento nao querem ter filhos biologicos, talvez mais tarde. o que mais me impressionou foi que esta adopcao, nao é um recurso, um ultimo recurso. é sim, uma escolha, consciente, responsável, desejada, de um casal perfeitamente saudável, que quer amar e ser amado por uma crianca desconhecida.
se tudo correr bem, e depois de um largo processo de seleccao, daqui a um ano e meio, a G e o marido, estarao a caminho do Congo, e talvez a caminho da maior aventura das suas vidas.
1 comentário:
na semana passada um casal amigo meu veio ao continente formalizar o processo deles. que lindo que foi. posso dizer q foi das experiências mais bonitas a que assisti...
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